Polícia do RJ conclui não ter ocorrido racismo em abordagem a filhos de diplomatas

Delegada afirma que câmeras corporais corroboraram relato de PMs, segundo o qual a abordagem ocorreu após relato de assaltos

A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu, na última semana, que não houve crime de injúria racial na abordagem a três adolescentes negros filhos de diplomatas, no começo do mês passado. Os jovens estavam acompanhados de dois garotos brancos brasileiros quando voltavam para casa em Ipanema, na Zona Sul da cidade, no começo da noite.

Segundo a investigação conduzida pela Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat), os policiais que fizeram a abordagem buscavam suspeitos de uma ocorrência praticada momentos antes, seguindo a descrição informada por vítimas estrangeiras.

“Note-se que na abordagem não houve tratamento diferenciado para ninguém. O grupo abordado era composto por adolescentes pretos e brancos. Todos foram revistados, inclusive o adolescente branco teve a revista padrão da bolsa escrotal enquanto um dos menores pretos não sofreu a revista”, afirma o relatório assinado pela delegada Danielle Bulus Araújo, que teve trechos divulgados pela CNN Brasil e pela Folha de São Paulo.

O documento aponta, ainda, que os depoimentos dos adolescentes confirmaram que não houve palavras ofensivas, xingamentos ou falas de cunho racista ou discriminatório por parte dos policiais.

Dias depois do registro da denúncia, o governo brasileiro pediu desculpas formais às famílias dos jovens, filhos de embaixadores do Gabão e de Burkina Faso. Isso, no entanto, foi criticado pelo governador Cláudio Castro (PL-RJ), que disse que o Ministério das Relações Exteriores se antecipou à apuração

“Acho até que isso é uma coisa que a gente tem que tomar cuidado, porque atacar a polícia antes de saber o que aconteceu é muito fácil. […]gente tem que entender um pouco a complexidade do trabalho policial. Naquela região ali, o que os moradores mais reclamam é exatamente dos assaltos feitos por jovens”, afirmou.


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