Jovem é morto após publicar foto com gesto relacionado a facção criminosa; Saiba poses que podem te colocar em risco na Bahia

Um jovem de 20 anos foi morto a tiros na tarde dessa segunda-feira (6), no bairro Asa Branca, em Feira de Santana, na Bahia. A Polícia Civilinvestiga se o rapaz foi morto após postar uma foto em uma rede social, com um gesto supostamente relacionado a facção criminosa. A vítima foi identificada como Marcos Vinícius Alves Gonçalves.

Informações apontam que ele estava na rua Boa Esperança, quando dois homens se aproximaram de Marcos, analisaram o celular dele, efetuaram vários disparos e fugiram em seguida. O rapaz faleceu na hora.

De acordo com o delegado Álisson Carvalho, que esteve no local e realizou o levantamento cadavérico, testemunhas disseram que Marcos Vinícius pode ter sido confundido com membro a algum grupo criminoso, pois teria publicado uma foto fazendo um sinal associado a uma facção que atua em Feira de Santana.

Marcos Vinícius era natural de Curaçá, no norte da Bahia, e não tinha passagens pela polícia. As Polícias Civil e Militar continuam realizando diligências para identificar os responsáveis e esclarecer as motivações do crime. A investigação do caso está a cargo da Delegacia de Homicídios de Feira de Santana.

Facções criminosas utilizam gestos e símbolos como forma de controle territorial e intimidação. Gestos que parecem simples, como dois dedos que simbolizam ‘paz e amor’ ou ‘vitória’, podem ser interpretado como apoio ao CV (Comando Vermelho). Já um gesto como roqueiro, por exemplo, levantando três dedos, pode ser visto como uma saudação para integrantes do BDM (Bonde do Maluco). Em um cenário de guerra entre as duas facções, fazer qualquer sinal pode resultar em violência letal, como vem ocorrendo na Bahia.

Assim como Marcos Vinícius, em 2024, diversas pessoas foram assassinadas na Bahia após exibirem gestos associados a facções criminosas, segundo a imprensa local. Esses gestos, frequentemente compartilhados nas redes sociais, são vistos por facções rivais como provocações diretas. O resultado é uma violência brutal, com retaliações que ocorrem rapidamente.

Perigo

Além dos gestos com dedos, as facções criminosas utilizam outros tipos de sinais para marcar pertencimento e controle territorial. Em algumas regiões, cortes de cabelo e sobrancelhas com certos riscos (2 está associado ao CV, e 3 associados ao BDM) também são interpretados como símbolos faccionais.

Também há o uso de tatuagens como o pentagrama, associado à facção Katiara, ou escorpiões, usados por membros do Comando Vermelho. Esses são outros exemplos de como símbolos visuais podem ser cooptados pelas facções para representar poder e lealdade.

O caso de um jovem espancado até a morte por usar uma camiseta com o desenho do Mickey Mouse, vinculado à facção A Tropa, evidencia o risco até mesmo no vestuário. O assassinato, ocorrido em janeiro de 2024, no Recôncavo Baiano, segundo denunciou o jornal Folha do Estado, demonstra como códigos visuais são levados a sério pelas facções, mesmo quando a pessoa não tem envolvimento com o crime.


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