No dia 23 de dezembro do ano passado, a cidade de Canoas viveu uma tragédia que deixou a comunidade perplexa e desolada. Neuza Denize da Silva dos Anjos, de 65 anos, sua filha Tatiana Denize Silva dos Santos, de 43, e sua irmã Maida Berenice Flores da Silva, de 58, morreram após consumirem um bolo envenenado durante uma reunião familiar em Torres, litoral norte do Rio Grande do Sul. O episódio abalou profundamente amigos, vizinhos e colegas de trabalho das vítimas.
A loja de artigos esportivos que Neuza administrava no campus da Universidade La Salle permaneceu fechada por várias semanas em respeito ao luto. No entanto, em um ato de coragem e resiliência, João Joaquim dos Anjos, seu marido de 70 anos, decidiu reabrir o estabelecimento. Ele espera que voltar à rotina ajude a atenuar a dor de perder a esposa, a filha e a cunhada de forma tão trágica.
João ainda vive à espera do retorno do neto de apenas 10 anos, que milagrosamente sobreviveu ao envenenamento, mas enfrenta um longo caminho de recuperação física e emocional. Em meio ao sofrimento, ele confessou não compreender por que tamanha crueldade recaiu sobre sua família.
“Foi uma tarde comum, como qualquer outra”, relembrou João, a voz embargada de emoção. “Sentamos para tomar café, e cortaram o bolo. Eu gosto de bolos, mas por algum motivo, não estava com vontade naquele momento. Pensei em comer mais tarde. Quem imaginaria que algo assim poderia acontecer?”
Poucos minutos após provarem o doce, todos começaram a passar mal. Maida, a irmã de Neuza, foi a primeira a sucumbir aos efeitos do veneno. Desespero tomou conta da casa, e os demais foram levados às pressas para o hospital, mas, infelizmente, Tatiana e Neuza também não resistiram. A suspeita de envenenamento rapidamente chamou a atenção das autoridades, e as investigações levaram à prisão de Deise Moura dos Anjos, uma pessoa próxima à família.
A motivação por trás do crime ainda não foi totalmente esclarecida, mas a brutalidade do ato permanece como um lembrete da imprevisibilidade da natureza humana. “Não sinto ódio nem rancor”, desabafou João. “Nada vai trazer minhas mulheres de volta. Eu só quero encontrar um pouco de paz e cuidar do meu neto.”
O menino, que perdeu mãe, avó e tia de uma vez, vive dias de silêncio e saudade. Segundo João, ele ainda não fala muito sobre o que aconteceu, mas o olhar melancólico reflete o peso que carrega. O avô agora se dedica a ajudá-lo a reconstruir uma nova rotina, onde as memórias das três mulheres queridas possam ser preservadas com carinho, sem que a dor consuma todas as lembranças felizes.
A história de João e sua família gerou uma onda de solidariedade em Canoas e Torres. Amigos, clientes da loja e até desconhecidos se uniram para oferecer apoio emocional e financeiro. Cartas, flores e mensagens de conforto enchem o pequeno espaço onde Neuza costumava atender com um sorriso caloroso.
“Voltar à loja foi uma escolha difícil”, admitiu João. “Mas é aqui que sinto a presença dela. É como se, de alguma forma, eu estivesse honrando tudo o que ela construiu. Cada cliente que entra e lembra dela traz um pouco de força para seguir em frente.”
Enquanto a investigação segue e a justiça tenta encontrar respostas, o legado de amor e força da família permanece vivo. Canoas, agora unida por uma dor compartilhada, se tornou também um exemplo de comunidade que acolhe, que não permite que o sofrimento de seus membros passe despercebido. O caso de Neuza, Tatiana e Maida é mais do que uma tragédia — é um apelo por empatia e um lembrete de que o tempo pode não curar, mas ajuda a transformar dor em memória e saudade em amor eterno.
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